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...é bom e eu gosto!

Aqui partilho o que mais gosto e me interessa; fotografias, decoração, arquitetura, inspirações, curiosidades, receitas, livros, viagens, boas ideias e espero que me ajudem com a vossa opinião e sabedoria...

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Xarém ou Xerém de Conquilhas do Algarve – Papas de milho

x-f379.jpgHá muitas receitas de Xarém, que é um prato tradicional português considerado com origens medievais, umas papas feitas de farinha de milho com sabor a amêijoa ou conquilhas com umas carnes fritas, dependendo da região dos pais. A minha avó Cecília ou seja a mãe da minha mãe que era de Olhão também fazia as papas de milho com o molho do guisado de bacalhau, guisado de lulas ou o tradicional guisado de Litão que é um peixe seco que é feito mais no Natal em vez do caro bacalhau. Eu acho que em Olhão é mais comum o Xarém com ameijoas e em Tavira o Xarém com conquilhas é um prato que ainda hoje é usado no campo. Nas cidades, este prato, que é de uso corrente, é designado por «papas de milho». Em Faro substituem as conquilhas por amêijoas e dão a este prato o nome de «baile de roda com castanholas»."

Eu gosto de juntar açúcar por sima das papas desde pequena que o faço, acho que foi a minha tia Gicel que me insinou a fazer o meu pai faz o mesmo. Parece estranho mas é uma delícia. Há também quem faça as papas de milho com o açúcar e fica uma espécie de doce, ótimo para sobremesa ou lanche….

Estas papas foram levadas também para o Brasil e Cabo Verde, onde também é considerado tradicional. Papas feita à base de farinha de milho, sendo acompanhado por ingredientes característicos de cada uma das regiões onde é preparado.

O prato xarém com conquilhas de Olhão foi um dos candidatos finalistas às 7 Maravilhas da Gastronomia portuguesa.

 

farinha_milho_1.jpg

 "xerém" e "xarém" se originam de um termo árabe\ (Zerem) que designa "papas de grãos". O xarém (xerém é aportuguesamento) e terá sido um legado deixado pelos mouros, no Algarve. O milho-miúdo é originário do Norte de África e Ásia.

A farinha de milho obtém-se dos grãos triturados na molineta (mó natural herdada dos Romanos). É com este milho mal moído que se faz o Xarém.

O Xarém com conquilhas pode ser servido como entrada ou como prato principal.

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1kg de conquilhas

2,5 litros de água

500gr de farinha de milho (nem muito fina nem muito grossa)

250gr de toucinho

50gr de banha

Coentros q.b (opcional)

Cubos de pão q.b.

Sal q.b.

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Leve ao lume uma panela de água temperada com sal. Quando amornar, deite a farinha de milho aos poucos e vá mexendo sempre para não formar grumos.

Frite o toucinho, cortado em pedaços pequenos e finos assim como os bocadinhos de pão.

Junte depois o toucinho à farinha e deixe cozer em lume brando, reservando os quadradinhos de pão para o fim.

Quando as papas de milho começarem a fazer bolhas, acrescente as conquilhas lavadas e sem areia. Poderá também abrir as conquilhas numa frigideira, com azeite, alho e no fim coentros picados, juntando depois às papas ou deixalas abrir com o calor do milho.

Se quiser junte os coentros picados e envolva.

Estando as papas com a consistência desejada, junte a banha da fritura do toucinho e do pão. Mexa bem e sirva de imediato com o pão frito em sima e se quiser umas quantas conquilhas abertas no azeite.

Bom apetite!!!

Bolo de Maio, Bolo de Milho ou Bolo de Tacho

453447.jpg

 

Tradicional da serra de Monchique, conhecido por vários nomes: Bolo de Maio, Bolo de Milho ou Bolo de Tacho, este bolo é confecionado especificamente para o dia 1 de Maio dai o nome, antigamente era feito em tachos ficando assim também com esse nome.

Contam os antigos, que antigamente, neste dia, era tradição fazer um piquenique no alto da Foia. Então as famílias reuniam-se e iam a pé ou de burro e levavam o bolo de tacho para partilharem com as outras pessoas. Claro, que no cesto da merenda era obrigatória a famosa aguardente de medronho para "regar" o bolo. Se na subida até ao pico já havia alegria, então na descida muita mais havia. E assim se passava um dia em que não se pensava no árduo trabalho do campo, em que a única preocupação era se o bolo teria ficado "no ponto".

bolodetacho(2).jpg

Falta dizer que este é um dos meus favoritos por várias razões; não é nada seco, tem um sabor forte e invulgar, muito fácil de fazer e versátil.

 

Aqui vai a receita do tão famoso Bolo:

 

1 kg de farinha de milho

1 kg de açúcar

2 ovos

50 g de erva-doce moída

50 g de cacau em pó

50 g de chocolate em pó

25 g de canela em pó

2 colheres bem cheias de mel

200 g de banha de porco (Há quem use manteiga em vez da banha)

4 Colheres de sopa de café forte solúvel

azeite q.b.

Farinha de trigo q.b.

Sal q.b.

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Prepara-se o café e em seguida escalda-se a farinha de milho, juntando a banha de porco e a erva-doce. Mistura-se bem. De seguida adiciona-se, o mel, o açúcar, os ovos, o cacau, o chocolate, a canela e o mel. Depois de tudo misturado, se estiver muito líquido adiciona-se um pouco de farinha de trigo, até ficar um pouco mais consistente, mas tendo o cuidado de deixar a massa “brandinha”. Deixar “descansar” de um dia para o outro. Antes de ir ao forno, deita-se um fio de azeite por cima do bolo.

No dia seguinte, untar uma forma redonda (sem buraco) com banha ou manteiga. Mexer a mistura do dia anterior e colocar na forma já untada. Vai ao forno.

O tempo de cozedura é aproximadamente 1h30 se for cozido em forno de lenha. Se for cozido no forno do fogão, então deve-se deixar cozer cerca de 2h30 a 170º. (depende de fogão para fogão)

O ideal é cozer o bolo em forno de lenha, porque além de poupar tempo, o bolo fica muito mais saboroso.

bolodetacho(1).jpg

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Caracóis à algarvia

FESTA-CARACOL-5.jpg

 

No Algarve, entre Abril e Junho, é tempo de comer caracóis. Este petisco é especialmente popular no dia 1 de Maio, em saídas para o campo onde integra a ementa dos piqueniques.

Aprendi com os meus avós a minha tia e a minha mãe a preparar e a cozinhar caracóis. Eu e a minha avó paterna (avó Lena) apanhávamos os caracóis na Quinta junto á passagem de nível da estação de Tavira, que é duns amigos dela e punhamos num saco mas os mais velhos aprenderam a colocar no chão envoltos num grande círculo de sal para não escaparem. No centro desse círculo colocavam uns ramos de amendoeira para eles treparem... Só os tiravam de lá na altura de os cozinhar, ou seja, no final de Abril. Na noite anterior, molhavam os caracóis e colocavam um alguidar grande sobre eles: os que subissem para as paredes do alguidar estavam bons; os que permanecessem no chão estavam mortos e portanto não serviam. Os preparativos continuavam com a sua lavagem que para mim é a parte mais chata e laganhenta. Eram abundantemente lavados para que a sua baba fosse bem retirada. Depois, eram colocados numa panela com água (com dois ou três dedos de água acima do nível dos caracóis) e em lume brando para que ficassem com os corninhos de fora. Assim que a água levantasse fervura era escorrida, ficando os caracóis sem qualquer baba… Voltava então a colocar-se nova água limpa, temperada com um fio de azeite, duas cabeças de alhos (alguns dentes de alho inteiros e outros esmagados), uma mão cheia de sal, casca de laranja e de limão, ramos de orégãos e de tomilhos, há também quem coloque batatas pequeninas com casca a cozer com os caracóis.

Caracois-a-Algarvia.jpg

Na minha casa eu não ponho as cascas de laranja nem limão e o tomilho também não. Em contra partida e por influência Lisboeta junto um caldo de carne e bocadinhos de bacon, muito alho e ramos de orégãos. Depois de cozidos juntávamo-nos à mesa para os saborear. Aqui no Algarve uza-se bicos de pita para melhor os retirar da casca! Que petisco!

08042011722.jpg

 Também conhecidos como o marisco dos pobres!!!

Vai uma caracolada???

Vila de ameijoas de Olhão

consome a caruma.jpg

Foto de Raul Lufinha

 

Depois de lavadas as amêijoas, corta-se os músculos. Chama-se a esta operação capar as amêijoas, que consiste em cortar a ligação entre as duas valvas (conchas) do bivalve.

Primeiro, as amêijoas são lavadas… e depois é

 Foto de Raul Lufinha

A seguir, sobre uma base de pedra, coloca-se uma pequena pedra no centro e vão-se colocando as amêijoas em volta (em circulo) viradas para baixo. Coloca-se umas pedras em volta das amêijoas, para a vila não se desmanchar.

Numa base em pedra… é posta uma pedra no centro

 

E vão-se colocando as ameijoas em círculo....jpg

 

para a Vila não se desmanchar.jpg

Espalha-se a caruma de pinheiro bem seca sobre as amêijoas, cobrindo, e ateia-se fogo.

E depois é ateado fogo....jpg

VilaAmeijoas.jpg

Quando ardida a caruma, agita-se com um abano de empreita feita com palma para que, com a deslocação do ar, as amêijoas fiquem limpas de toda a cinza. É importante ter cuidado ao retirar o fogo, para não desmanchar a Vila ou desviar as pedras que a circundam. Com um abano tira-se todo o lume, para que a Vila fique muito limpa.

Por fim retiram-se as amêijoas e regam-se com limão, o que lhes dá um sabor especial e... saboreia-se!

Este é um dos poucos pratos em que o calor vem de cima e não de baixo.

As amêijoas estão assadas quando delas escorre a água que contêm, ao abrirem com o calor do fogo.

"Vila de amêijoas", prato típico da Páscoa em Olhão mas também muito habitual em piqueniques que os olhanenses em tempos faziam em especial nos pinheiros de Marim no dia 1 de Maio.

                                  

 

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