História da decoração de Interiores
Não se sabe ao certo quando realmente a história do Decoração de Interiores iniciou. Sabe-se apenas que essa é uma arte tão antiga quanto a Arquitetura e que remonta aos tempos mais antigos, em que já era notável a preocupação com a organização dos espaços internos. A decoração de interiores, os móveis e os acessórios fizeram-se notáveis nas civilizações em todo o mundo, desde os tempos mais antigos até os nossos dias.
O crédito para o nascimento da decoração é frequentemente atribuído aos antigos egípcios, que decoravam as suas humildes cabanas com mobiliário simples, tais como cadeiras e mesas reforçadas por peles de animais ou tecidos. Já havia a presença de pinturas, murais, esculturas e vasos decorativos.
Um estilo rudimentar decorativo que contrastava com os ricos ornamentos de ouro, belíssimas relíquias encontradas em sarcófagos como o do rei Tutankhamon.
Toda a riqueza e luxo desses ornamentos demonstravam ostentação, domínio e poder das camadas mais elevadas do antigo Império Egípcio.
Séculos mais tarde, a civilização Grega fundamentou toda a sua expressão sobre a arte egípcia da decoração de interiores, e houve um notável aprimoramento nessa área.
Os móveis outrora rústicos e feitos ao acaso passaram a ocupar grande parte da preocupação de seus feitores: sua elaboração passou a ser feita com mais esmero, e alguns móveis mais finos já traziam detalhes em metais nobres, tais como o marfim e a prata.
Na Antiguidade Clássica quase não existiam ambientes internos, pois quase tudo decorria nos espaços abertos.
Villa de Publius Fannius Sinistor, Boscoreale, perto de Pompeia, reconstrução de uma das salas no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque.
A arte decorativa era restrita à harmonização dos móveis com fundos e paredes repletos de cores. Compunham também os ambientes a cerâmica e as pinturas murais. Os romanos deram um passo a mais no desenvolvimento da decoração de interiores, pois foram os pioneiros em se preocupar com o conforto dos espaços.
Pela primeira vez, deu-se grande ênfase na combinação da estética com o conforto dos ambientes e grande enfâse para os mosaicos romanos.
Com o tempo, a decoração dos espaços internos tornou-se imprescindível, sinônimo de riqueza e status social. Pode-se dizer que o mobiliário romano foi inovador, pois o móvel começa a ser percebido não apenas como um utilitário, mas como adereço ornamental. Eram feitos de pedra, madeira ou bronze.
Após um período de esplendor e riqueza ornamental, houve um movimento brusco com a austeridade provocada por guerras constantes na Europa Medieval e a ascensão da Igreja. A "Idade das Trevas" foi um tempo de retaliação e estagnação da expressão, e isso se refletiu diretamente no mundo das Artes, da Música, das Letras, da Arquitetura e, consequentemente, da decoração de Interiores.
As casas, outrora tão ricamente ornamentadas, agora traziam painéis de madeira sombrios, mobília mínima e nada mais que pudesse ostentar algum tipo de capricho ou requinte. Os ditames impostos sobre essa mobília inexpressiva atingiu até mesmo as classes mais elevadas da época, que se limitou a utilizar pouco ou nenhum toque decorativo.
Os tecidos floridos, as tapeçarias, a estamparia dos papéis de parede e demais pinturas - tão comuns no estilo decorativo greco-romano, praticamente desapareceram, e só havia cores suaves e tecidos simples à disposição. Apenas no século XII, com o fim da Idade das Trevas, é que a Europa voltou a introduzir cores e ornamentação em suas casas.
Sala medieval organizada por A.W. Pugin, Exposição Universal de 1851, Londres
O Renascimento traz a convencional estruturação residencial em cômodos, subvertendo os conceitos até então vigentes. Entram em cena as paredes coloridas, os telhados magnificamente enfeitados, mobiliários pomposos e enfeites produzidos com metais finos, os quais provinham da Itália, da França, da Inglaterra, da Espanha e da Alemanha, aqui enriquecidos pelo estilo gótico um estilo muito criativo e inovador, ao trazer o uso da captação da luz natural por feixes, “rasgos” na alvenaria, abóbadas vitrificadas e pátios abertos.
Na França, durante o governo de Luís XIV e posteriormente, ao longo da Regência, instaura-se uma arte mais feminina e suave, dando origem ao Rococó, que se estende também para a Itália e a Alemanha. Com a morte de Luís XV este estilo desaparece velozmente.
Ressurgem os valores clássicos com o Neoclassicismo, enquanto as concepções próprias da aristocracia são substituídas pelos valores democráticos. A classe média impera e vence o ponto de vista burguês.
No final do século XIX nasce o Modernismo e o conceito do ‘art nouveau’. Esta concepção traz em si um mix de todas as tendências anteriores e elementos formados por linhas curvas, e rapidamente se propaga por toda a América. No século XX o critério funcional prevaleceu, especialmente no pós-Primeira Guerra Mundial, quando foram criadas variadas teorias neste campo.
No séc. XX antes dos anos 80, falar de decoração de interiores era pouco comum ou nada. Até ai era um tema só para ilites, só os ricos podiam usufruir, apesar do esforço de alguns decoradores. Não era nada comum, as famílias falarem de decoração, muito menos os chefes de família se envolviam ou discutiam esse assunto, bricolage sim mas decoração não, era uma coisa de mulheres.
Nos anos 80 aparecem as primeiras revistas de decoração, para a classe média mas o grande empurrão foi quando a televisão começou a ter programas onde se discutia a decoração de interiores. Programas com conselhos de decoração, arquitetos de interiores / designers tornam-se mais familiares e conhecidos, aparecendo assim novas gamas de móveis, tintas, papéis de parede, etc.
Agora todos querem uma casa fantástica, desde o T0 ao T5 ou mais, e podem!!! Tudo o que é preciso é bons conselhos… Qualidade e durabilidade são duas qualidades, que se devem ter em atenção, investindo em algo que fique bem e se mantenha na moda.
Estamos rodeados por diferentes acabamentos e superfícies para decorar, desde os tetos às paredes, passando pelas bancadas, madeiras e soalhos. A forma como trabalhamos estas superfícies ditará o estilo e o sucesso da remodelação ou decoração do espaço.
Hoje estão em primeiro plano estão as exigências do cotidiano, as demandas sociais e familiares, os recursos econômicos, o potencial do próprio ambiente, a opção por um determinado estilo.
Esta profissão pode ser bem remunerada, pois acima de tudo é uma arte. O profissional pode adquirir seu próprio atelier ou trabalhar em lojas ou em qualquer campo ligado às atividades decorativas, podendo obter salários significativos.