Vila de ameijoas de Olhão
Foto de Raul Lufinha
Depois de lavadas as amêijoas, corta-se os músculos. Chama-se a esta operação capar as amêijoas, que consiste em cortar a ligação entre as duas valvas (conchas) do bivalve.
Foto de Raul Lufinha
A seguir, sobre uma base de pedra, coloca-se uma pequena pedra no centro e vão-se colocando as amêijoas em volta (em circulo) viradas para baixo. Coloca-se umas pedras em volta das amêijoas, para a vila não se desmanchar.
Espalha-se a caruma de pinheiro bem seca sobre as amêijoas, cobrindo, e ateia-se fogo.
Quando ardida a caruma, agita-se com um abano de empreita feita com palma para que, com a deslocação do ar, as amêijoas fiquem limpas de toda a cinza. É importante ter cuidado ao retirar o fogo, para não desmanchar a Vila ou desviar as pedras que a circundam. Com um abano tira-se todo o lume, para que a Vila fique muito limpa.
Por fim retiram-se as amêijoas e regam-se com limão, o que lhes dá um sabor especial e... saboreia-se!
Este é um dos poucos pratos em que o calor vem de cima e não de baixo.
As amêijoas estão assadas quando delas escorre a água que contêm, ao abrirem com o calor do fogo.
"Vila de amêijoas", prato típico da Páscoa em Olhão mas também muito habitual em piqueniques que os olhanenses em tempos faziam em especial nos pinheiros de Marim no dia 1 de Maio.